domingo, 24 de julho de 2011

NÃO HÁ IMPOSSÍVEIS…

A notícia que mais me impressionou esta semana centra-se num acontecimento fascinante pela positiva e foi exactamente a do corredor amputado das duas pernas que competiu e foi apurado para os mundiais de atletismo numa corrida de muitas pernas e todas inteiras.
Observando de todos os ângulos, a ocorrênca impressionou-me por completo. Trata-se de um exemplo de força, de coragem e de abnegação ímpar contra o que parecia, aos olhos de todos, impossível, irremediável e inexpectável.
IMPOSSÌVEL porque um homem sem pernas por definição não corre como se as tivesse.
IRREMEDIÁVEL porque seria um dado adquirido que nada poderia alterar o que o destino, de forma cruel, ditara a este homem.
INEXPECTÁVEL porque ninguém imaginaria que alguém sem pernas ambicionasse correr como uma gazela, com uma elegância rara e a bater-se com os mais capazes do mundo.
A atitude deste homem sul-africano, de nome Oscar Pistorius foi apenas esta: bateu-se contra a própria limitação física, demonstrando que a podia superar, bateu-se contra a condição que lhe atribuiam de inapto  e venceu o preconceito dos que o queriam impedir de competir por ser diferente (o seu nome tinha sido barrado pela Federação Internacional de Atletismo para entrar em provas de alta competição) e, ainda por cima, conseguiu apesar de tudo, ser tão bom ou melhor que os melhores e ficar apurado para os Jogos Olímpicos de Pequim, ao mais alto nível, portanto.
Bateu-se, bateu-se, bateu-se e superou-se. Superou-nos a todos, e leva-nos a recolocar a razão de não nos empenharmos o suficiente e desistimos de algo que muito almejamos. Venceu em toda a linha e deu-nos a todos uma lição de perseverança enternecedora.
Tenho-o pois como um exemplo e como a prova viva de que não há impossíveis, desde que a vontade de vencer e de não resignar se mantenha acesa, sendo esta vontade uma força poderosíssima do ser humano. Fiquei deslumbrada.
Na vida, umas vezes ganha-se outras perde-se, mas o sabor da conquista pelos nossos próprios meios e perseverança tem um paladar único e intensamente gratificante, como tal merece sempre a pena lutar por aquilo em que acreditamos.
Quem disse que uma pessoa sozinha não pode mover montanhas?

Alessandro Bianchi/Reuters

Pistorius numa prova de 400 metros em Roma, com atletas não amputados: segundo lugar

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