domingo, 11 de setembro de 2011

9/11

Foi há 10 anos. Eu tinha ido a casa almoçar, numa pausa do trabalho, eram pouco mais do que 13 horas. Como estava sozinha levei o tabuleiro com o almoço para a frente da televisão para ouvir o noticiário. Comecei logo por ouvir a notícia de um acidente com um avião em Nova York que acabava de embater numa das torres do World Trade Center. Pensei: “Caramba, isto é grave, como foi possível acontecer uma coisa destas?” Mal tive tempo de ter este pensamento quando vejo, em directo e em tempo real, um avião aproximar-se e atirar-se contra a segunda torre. O meu tabuleiro quase voou do colo. Fiquei boquiaberta e pensei: “Não pode ser, não pode ser! Mas que raio se está a passar aqui?” Telefonei de imediato ao meu marido. “Está a acontecer uma coisa inacreditável”, disse-lhe eu. Era de facto difícil de acreditar, parecia demasiado cinematográfico, uma cena impensável para ser real. Posso dizer que esta foi uma das coisas que mais me impressionou em toda a minha vida e vê-la em directo, como se estivesse lá, foi muito avassalador.
Não podia, pois, deixar de assinalar este facto tão marcante. Levei dias e dias a digerir aquela ocorrência, ao ritmo das notícias que explodiram em catapulta. Ainda hoje me espanto com aquelas imagens, como se de cada vez as visse por primeira vez.
Ninguém podia ter planeado uma acção daquelas com tamanhos requintes de malvadez. Foi de uma Inteligência perversa e de um ódio que não encontra paralelo. Começou aqui a carnificina, mais de 3.000 pessoas completamente inocentes pereceram, de muitas nem se encontraram os restos mortais. O Ground Zero tornou-se num imenso cemitério dos horrores. Juntaram-se-lhe o ataque ao Pentágono e o voo nº 93 da United Airlines que se despenhou na Pensilvânia. Mas isto foi apenas o começo do sacrifício.
Depois disso, diz-se, o mundo mudou. A pretexto, o Afganistão foi invadido 26 dias depois, seguiu-se o Iraque, a máquina de guerra entrou em movimento, o ódio e a vingança cresceram e espalharam-se. O mundo tornou-se mais inseguro. Houve réplicas dos atentados, em Madrid, no Paquistão…
Sadam Hussein foi exterminado, Osama Bin Laden, capturado e morto, mas a Al Qaeda não morreu. Inventou-se Guantanamo. Milhares de vidas entre culpados e inocentes já deram tributo com o seu sangue a esta guerra histérica. Voltou a ameaça da bomba atómica e da terceira guerra mundial. O ódio entre o mundo islâmico e o ocidente agudizou-se. Israel e a Palestina continuam o mesmo caldeirão escaldante prestes a derramar-se. O Irão e os países árabes do Médio Oriente prosseguem no seu braço de ferro e ameaçam constantemente os Estados Unidos da América e o mundo ocidental. A estrutura económica mundial colapsou, e os países emergentes ameaçam engolir o gigante dos EUA. Os países do norte de África derrubam os seus líderes déspotas mas ficam à mercê de grupos extremistas, quem sabe o que acontecerá quando a fúria anda à solta?
Neste cantinho à beira mal plantado temos sido espectadores boquiabertos e olhando para toda esta turbulência os nossos grandes problemas ficam quase irrelevantes. A pergunta que se nos coloca acaba por ser esta: Que sentido faz isto tudo? Não faz. Mas a guerra contra o terrorismo nunca mais acabará. Uma coisa alimenta a outra reciprocamente. Vem-me à cabeça a pergunta clássica e sem resposta: “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Apesar de a pergunta não ter resposta não podemos ignorar. Numa singular homenagem aos que pereceram sem culpa nenhuma: http://www.youtube.com/watch?v=WhYmGnpn1RU
Pode acontecer com um de nós. Que a providência nos proteja e a toda a Humanidade.

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